Opinião:
Soberba Escuridão, o primeiro volume da série Soberba e igualmente o primeiro livro publicado da autora Andreia Ferreira, apresenta aos leitores uma escrita muito coerente num género sobrenatural com forte componente misterioso.
A história gira em torno de Carla, uma adolescente que de um dia para o outro é confrontada com um mundo que acreditava apenas existir nos seus livros favoritos. O que começa por ser apenas a visita de uma criatura no sabor da noite, depressa passa a ser a sua realidade. A jovem acaba por se encontrar no meio de acontecimentos que não têm explicação racional e com um namorado que pode não ser tão normal como ela pensava.
Carla é uma personagem bastante intrigante e corajosa para além de bastante humana, o que choca com as outras personagens que vão aparecendo. O romance dela com Caael acaba por ser o grande foco do livro e o que lhe dá maior valor. É o típico primeiro amor, forte e intenso, em que os dois só desejam estar juntos. Mas, todo ele vem a ser posto em causa e isto sim faz com que queiramos saber mais e mais do que irá acontecer.
Para além disso, muitas outras personagens bem contruídas se juntam a estas e que são igualmente surpreendentes. As duas amigas de Carla que para além de participarem da história principal, também elas têm histórias paralelas que nos fazem percebê-las melhor e ainda ansiar pelo desfecho dessas de acordo com as nossas expectativas. E, por outro lado, o amigo do Caael que para além de bastante apelativo fisicamente, revela o tipo de personalidade bad boy que tão apreciada é pelo público feminino.
Um ponto bastante forte neste livro é a descrição da vida de estudante secundário e dos típicos comportamentos e atitudes desses. As amizades, a escola, os desafios, os medos e os tão comuns impulsos destas idades. A autora descreve sem esforço o que poderia ser a vida de muitos jovens.
Com a acção situada em Portugal, a escritora inova ao misturar este componente com o género fantástico ao mesmo tempo que nos dá a conhecer a sua cidade Natal, Braga. Para além disso, ela consegue na perfeição criar essa ligação, não é algo forçado, em que alguém aceita do dia para a noite a existência de criatura míticas mas sim, ao mesmo tempo em que o livro vai evoluindo, também esta crença cresce em Carla. A realidade e a ficção juntas numa simbiose maravilhosa.
Mais direcionado para o leitor jovem e adolescente este livro é com certeza uma leitura interessante e cativante que leva o leitor a viajar para um novo universo e a desejar saber o que irá acontecer nos próximos volumes.
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sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
[OPINIÃO] O Vestido Cor de Pêssego - R. A. Stival
Opinião:
Com a acção centrada nas Guerras da Revolução Francesa, O Vestido Cor de Pêssego apresenta-nos a história de amor entre uma criada e o seu patrão. Adeline, uma jovem que abandonou o campo, onde tinha vivido toda a vida, e que segue para Paris atrás daquele que acredita ser o seu futuro marido, acaba com as suas esperanças mortas e a viver na pobreza. Quando então surge a oportunidade de trabalhar como criada esta aceita e aí conhece o General Amadeus Barnard, o seu patrão.
A protagonista do romance de estreia de R. A. Stival, Adeline, é bastante confiante e inteligente, e em algumas passagens esta surge com alguns comportamentos que não seriam típicos daquele tempo, tal como responder ao patrão e desafia-lo. Mas, é tudo isto que torna tão fácil para o leitor simpatizar com a mesma.
Já Amadeus Barnard, para além das inúmeras qualidades que seriam valorizadas na época, corajoso, inteligente, ser um herói de guerra, rico, tem também um lado mais sensível e doce que o tornam o partido perfeito.
O romance entre Adeline e Amadeus é bastante intenso e a escritora consegue passar na sua escrita realmente a química entre os dois. Ainda, existem algumas cenas mais sensuais entre os dois protagonistas que denotam bastante erotismo.
Para além disso, a história entre os dois é completamente desafiante à sociedade da época. Os dois são de mundos completamente diferentes e ainda assim acabam por se encontrar várias vezes ao longo das suas vidas e de se apaixonarem. Superando o que seria de esperar, não é apenas Amadeus quem vem ajudar Adeline na sua situação de pobreza mas sim, é Adeline quem muitas vezes vem ao socorro de seu patrão, salvando-lhe mesmo a vida.
Em especial na primeira metade do livro as analepses e prolepses são bastante frequentes, a história está constantemente a alternar no tempo o que por vezes é um pouco confuso quando já se fez uma pausa na leitura há algum tempo. Por outro lado, é uma óptima forma de suscitar a curiosidade do leitor e de estimular a leitura.
Com uma escrita rica em detalhes, a escritora apresenta-nos uma leitura bem interessante com uma constante ligação entre a ficção e a guerra e política da França do século XIX.
Baseado num conto escrito pela mesma em 1997, O Vestido Cor de Pêssego é o primeiro volume da série Hussardos e Dragões que desde já promete cativar imensos leitores.
Com a acção centrada nas Guerras da Revolução Francesa, O Vestido Cor de Pêssego apresenta-nos a história de amor entre uma criada e o seu patrão. Adeline, uma jovem que abandonou o campo, onde tinha vivido toda a vida, e que segue para Paris atrás daquele que acredita ser o seu futuro marido, acaba com as suas esperanças mortas e a viver na pobreza. Quando então surge a oportunidade de trabalhar como criada esta aceita e aí conhece o General Amadeus Barnard, o seu patrão.
A protagonista do romance de estreia de R. A. Stival, Adeline, é bastante confiante e inteligente, e em algumas passagens esta surge com alguns comportamentos que não seriam típicos daquele tempo, tal como responder ao patrão e desafia-lo. Mas, é tudo isto que torna tão fácil para o leitor simpatizar com a mesma.
Já Amadeus Barnard, para além das inúmeras qualidades que seriam valorizadas na época, corajoso, inteligente, ser um herói de guerra, rico, tem também um lado mais sensível e doce que o tornam o partido perfeito.
O romance entre Adeline e Amadeus é bastante intenso e a escritora consegue passar na sua escrita realmente a química entre os dois. Ainda, existem algumas cenas mais sensuais entre os dois protagonistas que denotam bastante erotismo.
Para além disso, a história entre os dois é completamente desafiante à sociedade da época. Os dois são de mundos completamente diferentes e ainda assim acabam por se encontrar várias vezes ao longo das suas vidas e de se apaixonarem. Superando o que seria de esperar, não é apenas Amadeus quem vem ajudar Adeline na sua situação de pobreza mas sim, é Adeline quem muitas vezes vem ao socorro de seu patrão, salvando-lhe mesmo a vida.
Em especial na primeira metade do livro as analepses e prolepses são bastante frequentes, a história está constantemente a alternar no tempo o que por vezes é um pouco confuso quando já se fez uma pausa na leitura há algum tempo. Por outro lado, é uma óptima forma de suscitar a curiosidade do leitor e de estimular a leitura.
Com uma escrita rica em detalhes, a escritora apresenta-nos uma leitura bem interessante com uma constante ligação entre a ficção e a guerra e política da França do século XIX.
Baseado num conto escrito pela mesma em 1997, O Vestido Cor de Pêssego é o primeiro volume da série Hussardos e Dragões que desde já promete cativar imensos leitores.
sábado, 26 de julho de 2014
[OPINIÃO] Proposta Indecente - Patricia Cabot
Proposta indecente
é o primeiro romance histórico que leio desta escritora e conseguiu
surpreender-me bastante. Considero até, que é um dos melhores que li
ultimamente dentro do género. Realço as personagens e o enredo como dois dos
pontos mais fortes.
Payton Dixon, a protagonista, é a única rapariga na família
e, como tal, foi submetida a uma educação muito parecida com a dos irmãos mas,
ao mesmo tempo, muito protegida por eles.
Numa família que praticamente vive no mar, ela não é a típica
dama do século XIX, fala palavrões, veste-se como um rapaz e definitivamente
não se deixa levar pelas convenções. E assim é feliz até que, de um momento
para o outro, perde duas das coisas que mais ama – o veleiro que o pai lhe
deveria dar e Connor Drake – o amigo dos seus irmãos por quem se apaixona. Será
a reacção de Payton a estas adversidades que levará ao desenrolar de toda a
história.
Adorei esta heroína, é engraçada, sarcástica, apaixonada,
corajosa, livre e inteligente. Ainda, tenho sempre uma grande admiração por
pessoas – personagens – que combatem as convenções, não se contentam. O único
ponto mais fraco nela é alguma infantilidade que provavelmente a autora lhe
quis atribuir para representar melhor a sua idade.
Um romance leve e engraçado, com paixão e erotismo, que irá
acompanhar a aventura de Payton e do Capitão Connor com um cenário de perigo,
com piratas e navegadores no mar das Baamas.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
[OPINIÃO] Hoje é melhor do que para sempre - S. D. Gold
Como feminista e liberal, vejo este género literário como
uma manifestação de poder feminino, numa sociedade onde muitos preconceitos
ainda predominam e onde a sexualidade continua a ser uma questão de género. O
que é socialmente condenável para um género – o feminino, claro – é muitas
vezes aceite e reforçado no outro género.
Para mim, a literatura erótica, apesar da sua história
passada, hoje é apreciada essencialmente e escrita por mulheres. Esta
descoberta tem levado à quebra de muitos estereótipos e tabus. Actualmente,
sexo é algo que está muito mais presente, é falado de uma forma muito mais
aberta e permite que ambos os géneros tenham uma maior comunicação acerca do
mesmo.
Na minha opinião, o crescendo de literatura erótica tem
estimulado a este desenvolvimento da mentalidade global assim como, este género
literário só pôde ser aceite, porque a sociedade também já estava preparada
para tal.
Falando do livro em questão, este poderia quase ser
retratado como uma compilação de fantasias eróticas. Quem sabe, uma forma de a
autora vivenciar as mesmas num imaginário mais próximo ao real? Claro, isto não
passa de especulação mas é o que eu senti ao ler o romance de estreia da autora
portuguesa que assina por S. D. Gold.
Ao longo do livro, acompanhamos algumas das descobertas
sexuais dos dois protagonistas, juntos e separados. Viviane, a personagem
principal, é uma mulher com uma carreira de sucesso e um cargo de poder, com
uma vida independente, que não se agarra ao convencional e que procura viver ao
máximo. E é nessa procura que encontra Maxwell, um homem capaz de lhe
proporcionar a liberdade sexual que anseia e os sentimentos que mais deseja.
Como o título sugere, esta não é uma história de felizes
para sempre, mas sim uma história de procura da felicidade do momento, de
aproveitar o agora, o hoje. Apesar de talvez não ser tão romântica, é bem mais
realista e, este tipo de pensamento – “carpe diem” – é o que nos pode levar a
uma maior satisfação.
Com uma leitura fácil e uma escrita inteligente é para
mim um livro que explora os limites do desejo e paixão e ultrapassa os ideais
do convencional no amor. Incluindo sensualidade e sexualidade em meras 220
páginas.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
[OPINIÃO] Lágrima - Lauren Kate
Opinião:
Lágrima, o primeiro volume da nova saga da
Lauren Kate, apresenta-nos a estória de Eureka, uma jovem deprimida e instável
que se vê envolta numa sequência de acontecimentos estranhos.
Após a bizarra morte da mãe, surge Ander, um
rapaz que parece saber mais do que devia e que a avisa dos perigos que esta
corre.
Com personagem mitológicas e baseado na lenda da
Atlântida, este romance envolve-nos numa leitura entre dois mundos paralelos
que apesar de envolvente e despertar curiosidade no leitor, apresenta uma narrativa
bastante lenta e sem nos revelar muitas respostas.
Eureka relembra os leitores de Lauren Kate da
personagem central de Anjo Caído, uma adolescente envolta num amor
proibido, atraída pelo perigo e com muitos mistérios ao seu redor. Contudo, não
é o tipo de personagem com facilmente formo empatia, tal deve-se às suas
características de personalidade mas, acredito, que muito deve-se à sua idade e
a este ser um livro mais dirigido ao público juvenil.
Tendo como fundo a enraizada crença de que em
momento algum deve chorar, Eureka torna-se distante dos que a rodeiam e suprime
as suas emoções. Apenas quando surge Ander, o rapaz giro e misterioso da obra, é
que esta se deixa sentir de novo.
Ander é uma personagem que agrada e suscita
curiosidade ao leitor, apesar do pouco desenvolvimento dela. Detentor de um
poder enorme da vida de Eureka, será ele quem a guiará ao longo da narrativa.
Acredito que este volume serve basicamente como
um prelúdio, para introduzir o leitor no espírito e essência da série pois, as
revelações que ocorrem são as mais esperadas e apenas nos apresenta Eureka e
vagamente as restantes personagens.
Também, fica no ar no final do livro a ideia de
que o próximo volume irá por fim desenrolar a acção e deixa muitas questões em
aberto para serem respondidas no(s) próximo(s) volume(s).
quarta-feira, 14 de maio de 2014
[OPINIÃO] Uma História de Amor Eterno - Sebastian Cole
Opinião:
Uma História de Amor Eterno, no original Sand Dollar, conta-nos a história de Noah Hartman, um romântico
incurável que procura o seu verdadeiro amor e quando o encontra, luta por ele até
ao fim.
Noah, um
empresário de sucesso mas infeliz com a sua vida, embarca numa viagem à procura
da sua alma gémea, a qual encontra em Robin, uma mulher espontânea que o leva a
desafiar todas as normas da sua vida e decisões confortáveis já tomadas.
Tendo vários
obstáculos que se cruzam ao longo do enredo para tentar separar este casal,
Noah e Robin irão demonstrar ao leitor que o verdadeiro é para sempre.
Gostei
bastante de ler este livro apesar de fugir um pouco ao meu género literário.
Achei a escrita bastante bem encadeada e entusiasmante. Enquanto a história,
este amor tão testado, é algo com que facilmente empatizo, envolvo-me com a
narrativa e torço por um final feliz. As personagens estão muito bem
construídas, a fé imbatível de Noah no seu amor por Robin é apaixonante.
Contado na
primeira pessoa, o decorrer da história é muito marcado pelos sentimentos da
personagem central, mesmo os períodos mais tristes parecem mais longos – como na
vida de qualquer pessoa parecem – e os períodos mais felizes parecem ferozmente
fugazes.
Sendo o
livro de estreia do autor, revela já uma capacidade fantástica para apaixonar o
público e promete criar uma legião de fãs do escritor vencedor do Beverly Hills
Book Award e finalista de tantos outros prémios literários
internacionais.
Já no fim,
realço um excerto da nota do autor que se encontra no final do livro em que
Sebastian Cole escreve:
“(…) Embora haja por aí muitos leitores que apreciam uma boa fantasia, compreendo que haja outros que preferem manter as coisas dentro da realidade. Portanto, para esses românticos que só desejam ler histórias de amor reais, ponderem o seguinte: Noah e Robin, embora personagens da ficção, foram emocionalmente inspirados por pessoas reais. (…)“
Tendo em
conta isto, e vários aspectos comuns entre Noah e o autor, pergunto-me: Será o
Noah inspirado no Sebastian Cole? Se sim, quem será a Robin da vida dele?
Tenho uma cópia deste livrinho para oferecer, participe aqui!
quarta-feira, 30 de abril de 2014
[OPINIÃO] Na Noite em que Morri - Tiago Gonçalves
Opinão:
Com este conto, Tiago Gonçalves revela uma escrita elaborada
e inteligente. Num texto que vai alternando ao longo do tempo e que resume uma
estória que podia ser muito maior e prolongar-se longas páginas.
O tema é pesado, fala de morte, assassinato, vingança e
sentimentos muito negativos. Apelando constantemente à compulsão do personagem
principal de fazer justiça pelas próprias mãos, após um terrível homicídio.
Esta personagem, que nunca é nomeada ao longo da narrativa,
acaba por ficar um pouco simplificada. Pouco fica a ser conhecido sobre o mesmo
para além das suas motivações em vingar o amigo assassinado.
Narrado na primeira pessoa, esta é uma alegoria sobre o bem
o e o mal, como é fácil justificarmos as nossas acções tendo em conta as de
outros e por ter uma finalidade maior – vitória do bem sobre o mal, mesmo que
para tal o que façamos seja incorrecto. E, também, sobre justiça, a necessidade
de equilíbrio e igualdade de que o ser humano carece.
Sendo um conto tão curto não existe
muito mais que possa escrever sobre este, realço apenas que esta deve ser uma
leitura que leve o leitor a reflectir posteriormente.
sábado, 26 de abril de 2014
[OPINIÃO] Matched #1 União - Ally Condie
Opinião:
Ally Condie leva-nos, em União, numa viagem para uma sociedade regida por probabilidades, ou
assim é dito à população. Tudo o que fazes, pensas ou sonhas é previsto e
analisado pelos Funcionários. Mesmo o amor e casamento são determinados por
eles.
Nesta distopia, Cassia irá conhecer o seu par,
aquele que de acordo com a Sociedade deverá ser o seu companheiro ideal. O
conflito surge quando, em vez de lhe ser atribuído um futuro marido, dois dos
seus amigos aparecem no ecrã. Habituada e confortável com as escolhas que a
Sociedade fazia por ela, neste momento e pela primeira vez na sua vida, Cassia
tem de fazer escolhas, escolhas que terão um enorme impacto na sua vida, na de
todos os que conhecem e quem sabe na Sociedade em que vive.
Esta obra – a primeira de uma série de três livros – leva-nos a pensar que
sim, esta história poderia passar-se num futuro próximo. O ser humano seria
capaz de abdicar do livre-arbítrio de forma a prevenir guerras, destruição,
erradicar doenças e violência, promover o bem-estar e qualidade de vida. A
pergunta é: valerá isso a pena? É isso que a personagem principal vem trazer,
uma visão da liberdade de escolha que aparentemente deixou de existir na
sociedade apresentada.
É verdadeiramente interessante abrir e embarcar numa jornada com este
livro, tanto pelos sentimentos que desencadeia no leitor como pela narrativa e
inventividade da escritora. Para além disso, leva-nos a pensar, a questionar e
isso sim é extraordinário.
Um facto curioso é o corte com o passado a que os cidadãos são obrigados.
Muitos objectos históricos foram destruídos e só foram preservados 100 de cada
tipo, por exemplo 100 poemas, 100 músicas, 100 histórias. Tudo o resto foi
destruído ou é considerado ilegal. O que me levou a pensar na possibilidade
deste 100 de cada terem sido seleccionados pelas suas características, por não
apresentarem ideias que poderiam levar à revolta e ao pensamento individual.
Outra vertente presente caracteriza-se pelo triângulo amoroso entre Cassia,
Xander – o seu melhor amigo e, de acordo com a Sociedade, o seu companheiro
ideal – e Ky – o “intruso” e erro da Sociedade. Não é fácil torcer por apenas
um destes personagens masculinos pois, nenhum é o típico vilão e ambos
apresentam qualidades humanas exemplares.
É no meio de grandes conflitos que a autora nos coloca, em que segredos e
mentiras podem ser mortais e colocar toda uma cultura em causa e todas as
crenças, tão certas até então, completamente destruídas.
Fiquei ansiosa por ler o próximo volume, que infelizmente ainda não foi
publicado em Portugal e as perspectivas de tal acontecer não são muito boas
(Gailivro, PORQUÊ?). Por fim, realço a capa deste volume tanto como as originais dos
próximos que, apesar de serem muito bonitas, são realmente ilustrativas e
adequadas às obras em questão.
sábado, 5 de abril de 2014
[OPINIÃO] Demência - Célia Correia Loureiro

Gabriel, sempre reticente ajuda Letícia sob o intuito de auxiliar unicamente a esposa e filhas do seu falecido amigo. Sebastião, um grande amigo de Olímpia e seu protector, surge como uma fonte de apoio para a amiga mas igualmente para as novas residentes.
Letícia é uma personagem maravilhosa, forte e determinada, com uma grande resiliência. Ela decide enfrentar os seus medos em vez de os evitar mas, sempre pensando no melhor para os outros – especialmente as filhas – e não no que seria melhor para ela.
É contra ela que surgem muitos dos preconceitos e marginalizações
presentes nesta obra. Numa sociedade que
se baseia numa hipocrisia e mentalidade limitada
nas suas percepções e que, deste modo, julga Letícia como se se pudessem
colocar acima da mesma.
Com um enredo centrado em Letícia, Olímpia acaba por ser uma
peça fundamental neste enquadramento. É esta que vem moldar toda a história e
influenciar as decisões de muitas das personagens. Como a nora, é igualmente
discriminada tendo como alvo a sua doença. Com Alzheimer e muito abandonada a
si mesma, é rotulada pelos seus vizinhos ignorantes como maluca ou alienada.
«- É demência, senho doutor? - Arriscou perguntar, impaciente, apertando a mão de Olímpia na sua.
- O que é demência, senhor Guerreiro? Malucos andamos todos. Com esta história da crise agora… já viu?»
Com esta pequena citação, fiquei a pensar se seria realmente
a Olímpia a demente ou se não seria a sociedade a maior demente nesta obra. É visível
como a idosa apesar da doença arranja estratégias para sobreviver e apresenta
ainda qualidades muito humanas, pelo contrário, a comunidade envolvente apenas
se foca nos defeitos e erros dos outros e sentencia-os sem pestanejar.
Demência apresenta-nos
um cenário muito próximo à nossa realidade, uma pequena aldeia de Portugal com
uma população envelhecida e expostas a preconceitos , rumores e mesquinhices tão
comuns num contexto exíguo.
Ainda, uma diferenciação sexistas é muito marcante e faz-nos
pensar em como ainda temos muito para crescer como sociedade e como ainda somos
muito influenciados por crenças medievais e irrealistas.
Com a viagem em que a escritora nos leva ao longo de vários
anos e alternando entre passado e presente, as percepções que vamos construindo
sobre as personagens tornam-se mais completas e por vezes alteram-se, o que nos
faz pensar sobre os erros de julgamento precipitado a que as personagens também
estão sujeitas na obra.
Tratando temas tão chocantes como violência doméstica e
segregação esta é uma história que nos é tão próxima que assusta.
quinta-feira, 20 de março de 2014
[OPINIÃO] Cormoran Strike #1 Quando o Cuco Chama - Robert Galbraith

Quando o Cuco Chama é o primeiro policial de J. K. Rowling sob o pseudónimo de Robert Galbraith e o primeiro livro que leio da autora. Apesar de ter seguido os filmes de Harry Potter desde pequena, nunca tive interesse em ler os livros e quando ainda criança comecei a ler o primeiro volume da série esta não me cativou. Quem sabe fosse pela idade e agora já se revelariam mais apelativos. De qualquer forma, quando fui seleccionada pelos Embaixadores para a companha deste livro e recebi o exemplar em casa considerei de imediato ler a obra.
Como devem já ter percebido pelo conteúdo e título do blogue, o meu género favorito não são realmente os policiais e este livro como tal não estava na minha mais alta estima. Pode ser preconceito meu mas acho que os policiais são sempre muito parecidos entre si e não me trazem realmente grandes emoções nem nada de novo. Digo isto com plena consciência de que não sou nenhuma expert no assunto e só li ainda um número muito limitado de literatura desta ordem.
Focando então em Quando o Cuco Chama, esta obra conta com a presença do Investigador Privado Comoran Strike. Um detective à beira da ruína que é contratado para investigar a morte de uma modelo. Este aceita o caso apesar de a morte da jovem – Luna – ter sido considerada suicídio. Com isto, recebe o suficiente do irmão da vítima para se manter financeiramente.
Comoran Strike é uma personagem que à partida não se revela muito apelativa, tendo em conta a descrição que lhe é feita. Logo no início pela aparência física: “O reflexo que o olhava não era bonito. Strike tinha a testa alta e protuberante, nariz largo e sobrancelhas grossas de um jovem Beethoven dedicado ao pugilismo, aparência realçada pelo inchaço do olho roxo. Graças ao cabelo grosso e encaracolado, (…). Ele parecia ter mais do que os 35 anos que realmente tinha.” e, mais à frente, com as características psicológicas que vai revelando, nomeadamente aquando às suas atitudes e pensamentos. Mas, apesar de tudo, vai ganhando a simpatia dos leitores com o decorrer da história.
No início da trama Strike contrata uma secretária temporária que acaba por o ajudar a organizar novamente a sua vida e com investigação do caso. Robin é uma figura estável e constante que transmite ao investigador apoio e auxílio tanto nas suas funções como empregada mas igualmente como amiga e até colega.
Tendo lugar em Inglaterra, este é um policial que trata temas como o racismo, os consumos, os exageros dos paparazzi e os preconceitos. Todos os anteriores aplicados a Luna e muitos podendo ser revistos em diversas personagens.
Estreante neste género, J. K. Rowling revela-se realmente versátil e com esta obra tão interessante volta a cativar o público. Não se ficando por aqui, Comoran Strike vai ser o protagonista de vários livros da escritora e esta série conta com o segundo volume em Portugal ainda este ano.
quarta-feira, 19 de março de 2014
[LIDO + OPINIÃO] O Jardim Químico #1 e #2 - Lauren DeStefano
Título: Raptada
Autor: Lauren DeStefano
Série: O Jardim Químico - Livro I
Páginas: 256
Editor: Editorial Planeta
Sinopse: Graças à ciência moderna, todos os recém-nascidos são bombas-relógio genéticas - os homens só vivem até aos vinte e cinco anos e as mulheres até aos vinte. Neste cenário desolador, as raparigas são raptadas e forçadas a casamentos polígamos para que a raça humana não desapareça. Levada pelos Colectores para se casar à força, Rhine Ellery, uma rapariga de dezasseis anos entra num mundo de riqueza e privilégio. Apesar do amor genuíno do marido Linden e da amizade relativa das suas irmãs-esposas, Rhine só pensa numa coisa: fugir, encontrar o irmão gémeo e voltar para casa.
Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.
Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.
Autor: Lauren DeStefano
Série: O Jardim Químico - Livro II
Páginas: 232
Editor: Editorial Planeta
Sinopse: Rhine e Gabriel fugiram da mansão, mas o perigo nunca ficou para trás.
Para Rhine de dezassete anos, a arriscada fuga do casamento polígamo parece ser o princípio do fim. A evasão leva Rhine e Gabriel a uma armadilha sob a forma de uma feira popular, cuja dona mantém várias raparigas prisioneiras, Rhine acaba de fugir de uma prisão dourada para se meter noutra ainda pior.
A jovem acaba por percorrer um cenário tão sombrio como o que deixou há um ano - que reflecte os seus sentimentos de medo, desespero e desesperança.
Com Gabriel a seu lado está decidida a chegar a Manhattan para se encontrarem com Rowan, o irmão gémeo, mas a viagem é longa e perigosa e o que Rhine espera que seja uma segurança relativa revelar-se-á muito diferente.
Num mundo onde as raparigas só vivem até aos vinte anos e os rapazes até aos vinte e cinco, o tempo é precioso e Rhine não tem como escapar nem iludir o excêntrico sogro Vaughn, que está determinado a levá-la de novo para a mansão... a todo o custo.
Nesta sequela de Raptada, a heroína tem de decidir se a liberdade vale a pena, pois tem mais a perder do que nunca.
Para Rhine de dezassete anos, a arriscada fuga do casamento polígamo parece ser o princípio do fim. A evasão leva Rhine e Gabriel a uma armadilha sob a forma de uma feira popular, cuja dona mantém várias raparigas prisioneiras, Rhine acaba de fugir de uma prisão dourada para se meter noutra ainda pior.
A jovem acaba por percorrer um cenário tão sombrio como o que deixou há um ano - que reflecte os seus sentimentos de medo, desespero e desesperança.
Com Gabriel a seu lado está decidida a chegar a Manhattan para se encontrarem com Rowan, o irmão gémeo, mas a viagem é longa e perigosa e o que Rhine espera que seja uma segurança relativa revelar-se-á muito diferente.
Num mundo onde as raparigas só vivem até aos vinte anos e os rapazes até aos vinte e cinco, o tempo é precioso e Rhine não tem como escapar nem iludir o excêntrico sogro Vaughn, que está determinado a levá-la de novo para a mansão... a todo o custo.
Nesta sequela de Raptada, a heroína tem de decidir se a liberdade vale a pena, pois tem mais a perder do que nunca.
Opinião:
Neste romance distópico, Lauren DeStefano traz-nos a história de Rhine, uma adolescente condenada pela biologia e pela sociedade. Vivendo num mundo futurista em que com a ciência actual os seus pais e os da mesma geração destes foram vacinados prevenindo a morte por doença, Rhine, o seu irmão e todos os que nasceram dessa geração vêem ao mundo sentenciados a uma morte precoce. Todas a raparigas morem aos 20 anos de idade e os rapazes aos 25.
Com isto, começam a surgir Colectores que raptam raparigas para assim, as poderem vender a homens que desfrutam de casamentos polígamos, sob o pretexto de preservar a raça humana. Rhine torna-se uma delas e juntamente com duas outras jovens passam a ser irmãs-esposas de Linden.
Linden é uma personagem melancólica e carinhosa que rapidamente se interessa afectivamente por Rhine mas, esta, não se resigna ao papel a que foi forçada e luta para fugir e voltar para casa para o irmão. Com este intuito conta com a ajuda de Gabriel um empregado da mansão de Linden com o qual partilha uma atracção.
Nesta equação surge o pai de Linden, que disposto a qualquer coisa para salvar o filho da morte precoce, leva a cabo experiências em cadáveres para descobrir uma cura para o vírus mortal.
Adoro este género de livro, especialmente quando são tão bem elaborados como Raptada e Delírio e esperemos Sever em breve. Sou uma leitora viciada em livros tanto históricos como futuristas, costumo dizer que nasci no século errado porque realmente amo histórias que se passam em épocas distintas da actual.
A trilogia Jardim Químico constrói uma sociedade tão distinta e ao mesmo tempo tão semelhante à nossa. Pois, apesar de todas as diferenças óbvias, perante um problema recente as pessoas agem como sempre agiram ao longo dos séculos. Umas lutam pela sobrevivência e pelas suas crenças, outros desistem e outros aproveitam-se dos mais fracos e desprotegidos.
A todos estes ingredientes para um bom livro junta-se ainda uma componente romântica, em especial o triângulo amoroso entre Linden, Rhine e Gabriel. Como aconteceu nos livros da série Jogos da Fome a resolução deste problema é deixada até ao fim, pois Rhine como Katniss não se foca prioritariamente em romances e namoros e não nos esclarece desde o começo por qual dos dois jovens é realmente apaixonada. Devo dizer que esta é a principal descoberta que anseio fazer com o próximo volume e, apesar de gostar muito de Gabriel e de todos os erros de Linden, tenho um carinho especial por este último e, a menos que em Sever ocorra algo em contrário, gostava que a Rhine ficasse com o seu marido.
Raptada foi o romance de estreia de Lauren DeStefano e devo dizer que um começo maravilhoso, digo-o não só como opinião pessoal mas também pelas vendas e críticas que a autora tem recebido. Delírio conseguiu igualmente surpreender e cativar. Recomendo que só leiam estes livros quando o 3º volume for publicado e dispuserem de tempo para ler a trilogia toda de seguida pois, os livros são muito bons e terminam sempre em suspense. A espera entre as publicações é realmente angustiante.
Neste romance distópico, Lauren DeStefano traz-nos a história de Rhine, uma adolescente condenada pela biologia e pela sociedade. Vivendo num mundo futurista em que com a ciência actual os seus pais e os da mesma geração destes foram vacinados prevenindo a morte por doença, Rhine, o seu irmão e todos os que nasceram dessa geração vêem ao mundo sentenciados a uma morte precoce. Todas a raparigas morem aos 20 anos de idade e os rapazes aos 25.
Com isto, começam a surgir Colectores que raptam raparigas para assim, as poderem vender a homens que desfrutam de casamentos polígamos, sob o pretexto de preservar a raça humana. Rhine torna-se uma delas e juntamente com duas outras jovens passam a ser irmãs-esposas de Linden.
Linden é uma personagem melancólica e carinhosa que rapidamente se interessa afectivamente por Rhine mas, esta, não se resigna ao papel a que foi forçada e luta para fugir e voltar para casa para o irmão. Com este intuito conta com a ajuda de Gabriel um empregado da mansão de Linden com o qual partilha uma atracção.
Nesta equação surge o pai de Linden, que disposto a qualquer coisa para salvar o filho da morte precoce, leva a cabo experiências em cadáveres para descobrir uma cura para o vírus mortal.
Adoro este género de livro, especialmente quando são tão bem elaborados como Raptada e Delírio e esperemos Sever em breve. Sou uma leitora viciada em livros tanto históricos como futuristas, costumo dizer que nasci no século errado porque realmente amo histórias que se passam em épocas distintas da actual.
A trilogia Jardim Químico constrói uma sociedade tão distinta e ao mesmo tempo tão semelhante à nossa. Pois, apesar de todas as diferenças óbvias, perante um problema recente as pessoas agem como sempre agiram ao longo dos séculos. Umas lutam pela sobrevivência e pelas suas crenças, outros desistem e outros aproveitam-se dos mais fracos e desprotegidos.
A todos estes ingredientes para um bom livro junta-se ainda uma componente romântica, em especial o triângulo amoroso entre Linden, Rhine e Gabriel. Como aconteceu nos livros da série Jogos da Fome a resolução deste problema é deixada até ao fim, pois Rhine como Katniss não se foca prioritariamente em romances e namoros e não nos esclarece desde o começo por qual dos dois jovens é realmente apaixonada. Devo dizer que esta é a principal descoberta que anseio fazer com o próximo volume e, apesar de gostar muito de Gabriel e de todos os erros de Linden, tenho um carinho especial por este último e, a menos que em Sever ocorra algo em contrário, gostava que a Rhine ficasse com o seu marido.
Raptada foi o romance de estreia de Lauren DeStefano e devo dizer que um começo maravilhoso, digo-o não só como opinião pessoal mas também pelas vendas e críticas que a autora tem recebido. Delírio conseguiu igualmente surpreender e cativar. Recomendo que só leiam estes livros quando o 3º volume for publicado e dispuserem de tempo para ler a trilogia toda de seguida pois, os livros são muito bons e terminam sempre em suspense. A espera entre as publicações é realmente angustiante.
As capas originais desta trilogia são maravilhosas! Reparem só o simbolismo dos objectos, em especial do pássaro:
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
[OPINIÃO] Tenho o teu Núm3ro - Sophie Kinsella

Tenho o teu núm3ro tem como figura central a desajeitada Poppy que apenas 10 dias antes do seu casamento perde o anel de noivado. E, para piorar a situação, roubam-lhe o telemóvel, o único meio que ela tinha de ser avisada caso o anel fosse encontrado. Assim, quando encontra um telemóvel no caixote do lixo esta não hesita em guardá-lo e em dar o seu novo contacto a todos os amigos e conhecidos. Mas, curiosa como a nossa personagem é, não resiste e lê as mensagens da antiga dona do telemóvel e acaba por atender uma chamada do chefe desta. O chefe, Sam, exige que o telefone lhe seja devolvido por pertence à sua empresa mas Poppy não o contenta e insiste em manter o telemóvel, comprometendo-se a reencaminhar as mensagens que receber para Sam. Com este acordo os dois acabam por se manter em contacto e Poppy começa a responder a mensagens por Sam e Sam a opinar sobre a vida de Poppy.
Gostei bastante desta leitura, viciou-me desde o início e fez-me ler o livro num ápice só para saber como terminava. Todas as personagens estão muito bem inventadas e têm personalidades muito caracterizadas. A personagem principal é muito cómica se bem que alguns dos seus momentos menos felizes chegam a se um vergonhosos demais. Mas, as notas de rodapé que esta nos vai deixando ao longo da obra são realmente engraçadas e inovadoras.
Devo ainda referir que para mim o ponto mais fraco de todo o livro é o final. Este, apesar de previsível, é muito ao estilo Hollywood e demasiado irreal.
Recomendo para quem gosta de um bom romance de leitura fácil com muitas gargalhadas à mistura.
domingo, 26 de janeiro de 2014
[OPINIÃO] Crónicas Lunares #2 Scarlet - Marissa Meyer

Após o sucesso alcançado com Cinder, Marissa Meyer volta a encantar os leitores com a história de Scarlet.
Scarlet é uma rapariga comum até a sua avó desaparecer e
segredos se começarem a revelar. Ao iniciar a sua busca por ela, Scarlet
encontra Wolf, um lutador de rua que a poderá ajudar a alcançar o seu
objectivo. Dividida entre a desconfiança e a atracção, ela aceita as
informações que o lutador lhe dá para procurar a avó. Nessa busca encontraram
Cinder, a rapariga cyborg que foge da
prisão e da cruel Rainha Levana, que deseja casar-se com o Príncipe Kai.
Este é definitivamente o meu género de livro, junta uma
comunidade futurista com robôs e seres ficcionais com acção, traições e amores
impossíveis. E para adoçar ainda mais o livro, este tem por base personagens de
contos de fadas. Sendo eu uma fã destas histórias infantis, fiquei
completamente encantada com a forma como a autora as reinventou, criando um
enredo para um público mais adulto.
Em Cinder tínhamos a fantástica história de Cinderela
completamente reinventada mas, sem excluir uma personagem tão importante como a
do Príncipe Encantado que, neste livro, vai pelo nome de Príncipe Kai [suspiros].
Cinderela é uma história fofinha que sempre me cativou e Cinder não ficou nada
atrás.
Para quem ficou a roer as unhas de ansiedade com o final do
1º volume das Crónicas Lunares, saiba que este livro continua a história de
Cinder. Assim esta não é abandonada e sim transportada para Scarlet onde é
retomada em paralelo com a nova personagem.
Desta forma, ao longo do livro vamos acompanhando as duas
heroínas mas, apesar de ter apreciado muito a Scarlet com o seu lobo mau, não
consegui parar de ansiar pelos – pareceram-me fugazes – capítulos sobre Cinder
e sobre Kai – este sim andou muito desaparecido!
Uma escritora com uma imaginação brilhante e uma escrita
simples mas elegante que com o seu primeiro livro criou logo uma legião de
seguidores, na qual me incluo, e que com certeza não desapontará os mesmos com
as suas obras futuras.
Numa altura em que parece que quase todos os livros de que
gosto já foram ou estão para ser adaptados ao cinema, as Crónicas Lunares
infelizmente ainda não têm os direitos de autor vendidos a nenhuma
distribuidora cinematográfica. Resta apenas aos fãs aguardar para que tal
aconteça, é sempre bom ver uma versão cinematográfica de um livro de que se
gosta.
(In)felizmente este não será o último volume da série
Crónicas Lunares, e passo a explicar o porque do “in” que precede o “felizmente”.
Acho que falo por todas os leitores quando digo que a leitura de um livro é
acompanhada por uma ansiedade para saber o final – daí o “in” – mas, ao mesmo
tempo essa leitura –se é do gosto do leitor – é igualmente acompanhada de um
desejo de que essa se perlongue o máximo possível justamente pelo prazer que
nos transmite.
Assim, é com uma mistura de emoções e, devo dizer
maioritariamente positivas, que revelo que as Crónicas Lunares já têm um 3º
volume confirmado que se nomeia de Cress.
Este vai introduzir uma personagem que se baseia na história de Rapunzel e esperemos
que seja publicado ainda este ano em Portugal. Também já li sobre um 4º volume,
intitulado Winter, que terá lugar na
Lua.
Para finalizar devo dizer que este é um livro que recomendo
vivamente pois, que maior poder pode ter um livro do que aquele de nos fazer
ler com emoção e nos fazer ansiar pela continuação.
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