segunda-feira, 17 de março de 2014

[ESPAÇO CINEMA] Os Filhos da Meia-Noite

Sinopse: Em cima da meia-noite de 15 de agosto de 1947, quando a Índia declara independência da Grã-Bretanha, dois recém-nascidos são trocados por uma enfermeira, num hospital de Bombaim. Saleem Sinai, o filho ilegítimo de uma mulher pobre, e Shiva, o rebento de um casal abastado, são fadados a viver o que o destino reservou para cada um deles. As suas vidas cruzam-se misteriosamente e encontram-se indissociavelmente ligadas turbilhão de triunfos e desastres da Índia.

A minha opinião:
Os Filhos da Meia-Noite – no original Midnight's Children – é a adaptação para o grande ecrã de uma obra literária com a assinatura de Salman Rushdie. Um filme com um estilo que poderá ser considerado “fora de moda” pelo público actual.

Uma grande produção que levou as filmagens a 651 lugares diferentes, ao longo de 69 dias, o que lhe levou a sofreu alguns imprevistos. O principal surge devido ao escritor da obra e guionista do filme – Salman Rushdie. Com a publicação do seu livro Os Versos Satânicos (1988) o autor atingiu a população iraniana que considerou esta obra uma blasfémia, por isto a embaixada do Irão proibiu a presença do autor nos limites do seu território, o que levou a uma interrupção de quatro dias nas filmagens. Desta forma o filme foi gravado sob o nome falso Winds of Change, de modo a garantir a segurança de todo o elenco. Este problema só pode ser resolvido com a intervenção do presidente do Sri Lanka.


Um drama que nos apresenta uma Índia que acabou de conquistar a sua independência e que vai, ao longo dos seus 148 minutos de filme, enfrentando várias complicações políticas e por fim a guerra civil de 1971. É neste ambiente histórico e baseado em factos verídicos que nascem duas crianças que trarão uma vertente mágica e fantástica ao filme. Estes dois elementos, nascidos na meia-noite em que a Índia celebra a sua liberdade, afirmam-se como as figuras centrais da obra e são elas o símbolo da revolução.


É com este ímpeto revolucionário que uma enfermeira troca os bebés à nascença, condenando o rapaz nascido numa família rica a uma vida de pobreza e o que seria um futuro pedinte e órfão de mãe, é recompensado com uma vida de riqueza e abundância. Estas duas vidas, ligadas desde o nascimento, vão se encontrando ao longo de toda a longa-metragem e no decorrer de toda a vida das personagens.

Com um começo cómico, o filme vai se desenrolando num romance proibido e avançando numa obra dramática que o leva a perder algum do seu entusiasmo inicial. A personagem principal não acarreta o carisma que se espera duma adaptação deste género e o espectador acaba por perder a empatia que inicialmente tinha construído com as personagens. Com pontos altos e baixos, não deixa de ser um filme interessante tanto pelo conhecimento histórico que nos transmite como pelas emoções que nos transfere.

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