Ally Condie leva-nos, em União, numa viagem para uma sociedade regida por probabilidades, ou
assim é dito à população. Tudo o que fazes, pensas ou sonhas é previsto e
analisado pelos Funcionários. Mesmo o amor e casamento são determinados por
eles.
Nesta distopia, Cassia irá conhecer o seu par,
aquele que de acordo com a Sociedade deverá ser o seu companheiro ideal. O
conflito surge quando, em vez de lhe ser atribuído um futuro marido, dois dos
seus amigos aparecem no ecrã. Habituada e confortável com as escolhas que a
Sociedade fazia por ela, neste momento e pela primeira vez na sua vida, Cassia
tem de fazer escolhas, escolhas que terão um enorme impacto na sua vida, na de
todos os que conhecem e quem sabe na Sociedade em que vive.
Esta obra – a primeira de uma série de três livros – leva-nos a pensar que
sim, esta história poderia passar-se num futuro próximo. O ser humano seria
capaz de abdicar do livre-arbítrio de forma a prevenir guerras, destruição,
erradicar doenças e violência, promover o bem-estar e qualidade de vida. A
pergunta é: valerá isso a pena? É isso que a personagem principal vem trazer,
uma visão da liberdade de escolha que aparentemente deixou de existir na
sociedade apresentada.
É verdadeiramente interessante abrir e embarcar numa jornada com este
livro, tanto pelos sentimentos que desencadeia no leitor como pela narrativa e
inventividade da escritora. Para além disso, leva-nos a pensar, a questionar e
isso sim é extraordinário.
Um facto curioso é o corte com o passado a que os cidadãos são obrigados.
Muitos objectos históricos foram destruídos e só foram preservados 100 de cada
tipo, por exemplo 100 poemas, 100 músicas, 100 histórias. Tudo o resto foi
destruído ou é considerado ilegal. O que me levou a pensar na possibilidade
deste 100 de cada terem sido seleccionados pelas suas características, por não
apresentarem ideias que poderiam levar à revolta e ao pensamento individual.
Outra vertente presente caracteriza-se pelo triângulo amoroso entre Cassia,
Xander – o seu melhor amigo e, de acordo com a Sociedade, o seu companheiro
ideal – e Ky – o “intruso” e erro da Sociedade. Não é fácil torcer por apenas
um destes personagens masculinos pois, nenhum é o típico vilão e ambos
apresentam qualidades humanas exemplares.
É no meio de grandes conflitos que a autora nos coloca, em que segredos e
mentiras podem ser mortais e colocar toda uma cultura em causa e todas as
crenças, tão certas até então, completamente destruídas.
Fiquei ansiosa por ler o próximo volume, que infelizmente ainda não foi
publicado em Portugal e as perspectivas de tal acontecer não são muito boas
(Gailivro, PORQUÊ?). Por fim, realço a capa deste volume tanto como as originais dos
próximos que, apesar de serem muito bonitas, são realmente ilustrativas e
adequadas às obras em questão.
Oi! Eu também gostei muito desse livro. A forma como ele é escrito, contextualizado e conduzido é maravilhosa. Já terminei a leitura dos três volumes e é minha distopia preferida. :)
ResponderEliminarBeijos,
Niki,
http://www.meigaemalefica.blogspot.com
Adorei o Blog, adoro ler um pouco de tudo, mas vou ser sincera, se o romance tiver gastronomia pelo meio fico completamente colada :)
ResponderEliminarVou seguir e convido-te a conhecer o meu Blog: http://nacozinhacomafilipa.blogspot.pt/
Bj